sábado, 22 de novembro de 2008

Depois do dilúvio...


Ouvi na televisão que choveu na sexta-feira, dia 14, o que estava previsto para todo o mês de novembro.

Fiquei até aliviada, achando que aquele temporal tinha sido isolado e que logo, logo o sol iria reinar por estas bandas de novo.

Ledo engano!!!

Como tem chovido nos últimos dias.

As ruas e as rodovias do meu município estão alagadas, debaixo d'água mesmo.

E a quantidade de buracos? Incalculável!!! Um absurdo!!!

A Rodovia Carlos Lindembreg está intransitável.

Novidade? Claro q não!!! Há anos a história se repete.

E o pior ainda está por vir. Depois do dilúvio, é a vez de enfrentarmos os buracos!!!

Haja paciência e carro tb!!!

sábado, 15 de novembro de 2008

Blogagem coletiva.


Trabalhei por 10 anos na Vara da Infância e Juventude. Acompanhei de perto vários processos de Adoção. O mais curioso é q as histórias têm motivações das mais diversas.
Mas, mais que um ato de nobreza, que eu acho muito louvável, a adoção deve ser um ato de responsabilidade, muita responsabilidade.
Vi neste tempo em q trabalhei na Infância e Juventude casos absurdos. Pais querendo "devolver" os filhos q foram adotados simplesmente pq tinham se arrependido no primeiro probleminha q havia surgido. Me perguntava nestas horas, será q eles fariam o mesmo com os filhos de sangue?
Outros que resolviam adotar mais um filho pq o primeiro tinha "dado certo" e depois se arrendiam pq a nova adoção tinha "dado errado" e procuravam as Assistentes Sociais querendo desistir da adoção, como se fosse possível: "Art. 48. A adoção é irrevogável, ECA" Falta de responsabilidade, conhecimento, amor, maturidade, falta de um monte de coisas.
Nesta época, uma das reclamações q mais escutava de pessoas q queriam adotar crianças era q o tempo q o processo demorava. No entanto, durante este período previsto na ECA: "Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, observadas as peculiaridades do caso.", vários casais desistiam da adoção pelos motivos mais diversos: separação, gravidez, morte, para citar alguns.
Acho imprescindível o tempo, q é fixado por Lei, para que a idéia seja amadurecida, para evitar casos como o q eu citei acima. Adoção é uma decisão muito séria, considero-a uma missão a ser cumprida com responsabilidade, amor, dedicação, doação.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O torcedor



Jogam Flamengo e Botafogo, e meu coração se divide. Como qualquer brasileiro, nasci Flamengo; mas, aos 18 anos, decido romper com todos os preconceitos, e mesmo com as crenças mais sensatas que vinha acumulando. Para começar tudo de novo. Resultado:(...) fiquei.. sem um time de futebol que me fizesse experimentar simbolicamente, nos fins de semana, as alternativas de vitória e derrota em que se resume a aventura humana. Uma tarde de domingo, jogavam Botafogo e Fluminense em partida final de campeonato. Toda a cidade estava no Maracanã. Andei pelas ruas desertas, indiferente à sorte do campeonato. Cheguei ao Metro Copacabana e entrei para ver um filme infantil. Lá dentro eram raros os adultos. Na saída, com o sol já se apagando, fui andando na direção do Roxy, e na minha frente ia uma família muito jovem: o marido com uns quarenta anos, a mulher grávida de seis meses. O marido levava ao colo um menino pequeno, e a mulher conduzia pela mão dois outros meninos. Fui andando a pensar na alegria que eles teriam se dentro de três meses nascesse a primeira menina. Provavelmente iriam ter o quarto filho apenas para alegrar o homem, cujo sonho era ser pai de uma gentil criança do sexo feminino. A jovem senhora grávida era bela, de traços finos; usava sandálias sem alças e mostrava uns pés verdadeiramente sublimes. Íamos andando assim quando topamos com um cidadão que, encostado a uma árvore, ouvia um rádio de pilha. Ao vê-lo, o homem, a mulher e as crianças ficaram paralisados. O homem e a mulher se entreolharam em silêncio e ficaram ainda algum tempo indecisos. Depois, o homem, sempre com o filho caçula no colo, aproximou-se cautelosamente do cidadão que ouvia o rádio e falou:

- Por favor... Quanto foi o jogo?
- Seis a dois – disse o outro.
- Ah, seis a dois... Mas para quem?
- Para o Botafogo, naturalmente...
- Naturalmente! – exclamou então o pai de família, e a jovem senhora ficou com o rosto iluminado. Os dois meninos que iam a pé pularam de contentamento. O pai entregou à mulher o filho de colo, beijou-a na testa, deu adeus aos outros filhos e saiu correndo na direção de um táxi que passava. Entrou no táxi e seguiu para o Túnel Novo.
Fiquei curioso para saber o que se passara. Contemplei algum tempo a jovem mulher que seguia agora o seu caminho, com dois filhos pela mão, um terceiro no colo e um quarto na barriga. Adiantei-me e lhe disse:
- Queira desculpar, mas... Que foi que houve?
- O Botafogo venceu – disse ela – e ele foi para sede do clube comemorar.
- Mas – insisti -, se ele gosta tanto assim do Botafogo, por que diabo não foi ao Maracanã? Por que se meteu no cinema?
- para evitar o enfarte! – disse ela, com simplicidade e também com uma espécie de triunfo na voz.
-Ah, sim... O Enfarte...
A mulher e os filhos seguiram caminho. Entrei num bar e pedi um cafezinho. A partir daquele dia o meu time seria o Botafogo.
José Carlos de Oliveira

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Blogagem coletiva - Hoje é Dia de Cecília!

Cecília Meirelles é realmente surpreendente.
Fui procurar um texto pra postar na Blogagem coletiva "Hoje é Dia de Cecília" e me deparei com um poema sobre o mosquito!!! Nem acreditei!!!
Uma graça. Pernilongo alfabetizado!!! Passei até a olhar este inseto com outros olhos. Será? rsrsrs
Espero que gostem. Eu? ADOREI!!! rsrs





O mosquito escreve


O Mosquito pernilongo
trança as pernas, faz um M,
depois, treme, treme, treme,
faz um O bastante oblongo,
faz um S.

O mosquito sobe e desce.
Com artes que ninguém vê,
faz um Q,
faz um U e faz um I.

Esse mosquito
esquisito
cruza as patas, faz um T.
E aí, se arredonda e faz outro O,
mais bonito.

Oh!
já não é analfabeto,
esse inseto,
pois sabe escrever o seu nome.

Mas depois vai procurar

alguém que possa picar,
pois escrever cansa,
não é, criança?
E ele está com muita fome.


(Cecília Meileles in “Ou isto ou aquilo”)